Estrutura Psicológica Interna: Sabes o que é?

02-03-2024

Hoje venho falar-te da Estrutura Psicológica Interna também chamado na área da psicologia como o Self.

 
Já te perguntaste porque é que perante a mesma situação, duas pessoas têm reações tão diferentes? E já paraste para pensar porque é que continuamos a repetir padrões em áreas específicas da nossa vida?

 
Vou contar uma história para ser mais fácil de se perceber.
Uma pessoa vive determinada situação na sua vida. Essa situação vai ser percepcionada pelos seus sentidos (visão, olfacto, tacto, audição e paladar). Estas imagens, como se de um filme se tratasse, ainda sem emoções associadas, ao chegarem ao nosso cérebro vão ser interpretadas de acordo com a nossa Estrutura Psicológica Interna.

Podemos pensar nesta estrutura psicológica interna como se fosse um tradutor ou algo que faz a leitura e a interpretação das imagens (ex: um processador de um computador). Este "processador" vai funcionar de acordo com as regras que nós programarmos e introduzirmos. A totalidade destas regras e a sua articulação é o que forma a estrutura psicológica interna ou o chamado self.


Estas "regras", vão depender de vários fatores:
- Crenças, que vêm dos nossos antepassados, do que nos foi ensinado e transmitido desde que nascemos e que vão sendo reforçados ou eliminados ao longo da nossa vida.
- Valores e princípios, que a sociedade, família e vivências nos transmitem
- Lembranças de situações do passado ou memórias de histórias que nos contaram
- Informações acerca da situação em questão ou de questões relacionadas
- Atitudes que tivemos no passado e que nos condicionam no presente
- Linguagem e palavras a que atribuímos cada um de nós uma conotação diferente de acordo com o que foram os nossos ensinamentos
- Decisões que tomamos no passado e que condicionaram o nosso presente ou serviram de ensinamentos
- Outros fatores

De forma a esta estrutura psicológica interna funcionar, esta tem que ser ágil e dar respostas diariamente a múltiplas situações e tomar muitas decisões, sendo por isso estas decisões na maioria das vezes tomadas de forma inconsciente e automática.
O que seria de nós se tivéssemos que ponderar de forma consciente sobre todas as decisões que tomamos no dia a dia? Os estudos científicos referem que uma pessoa em média toma entre 33 a 35 mil decisões por dia!!

De forma a esta estrutura psicológica interna ser ágil, usamos "atalhos", simplificações ou filtros. Ou seja, o nosso cérebro utiliza referências de informação de forma a simplificar.

Estas simplificações que o cérebro faz podem ser:
- Eliminar o "conceito", porque pensa que este não é relevante
- Criar uma visão distorcida da realidade de forma a ser mais fácil "encaixá-la" na nossa estrutura
- Generalizar a ideia/conceito de forma a ser mais fácil de reagir em situações futuras (ex: situações dolorosas)

A título de exemplo: Tive uma experiência em que um cão me mordeu, o meu corpo vai associar o conceito cão a algo perigoso e daí em diante, sempre que eu pensar, ouvir falar ou vir um cão, vai emergir em mim emoções de medo o que poderá tornar disfuncional a fobia de cães.

Outro exemplo: Todos nós temos um conceito ou vários que criamos sobre a palavra "pai" (o que na psicologia se chama de arquétipo) que se vai moldando pelas vivências que vamos tendo com o nosso pai e experiências relacionadas. Mais tarde, quando é a nossa vez de sermos pais, iremos manifestar na nossa parentalidade as vivências que tivemos como filho. Se foi um pai muito rigoroso e austero, podemos manifestar o mesmo comportamento com os nossos filhos.
E

stes conceitos, como disse anteriormente, não advêm só das nossas experiências pessoais, mas também dos nossos antepassados e do mundo que nos rodeia.
E como surge a doença ou desequilíbrio?
- Ou de um conceito/"regra" que não é funcional e não se adapta às circunstâncias do dia a dia da vida.
- Ou de dois conceitos/"regras" que estão em conflito, como se perante a mesma situação, existissem duas regras de funcionamento que são opostas entre elas ou que não permitem a sua combinação.

O trabalho terapêutico em consulta passa por avaliar esta estrutura psicológica interna, através de perguntas, relatos, experiências e perceber onde está a regra ou regras disfuncionais. Posteriormente, de acordo com a situação, realizar um trabalho terapêutico de forma a restaurar ou resignificar uma nova ideia sobre o tema/assunto.

Gosto de explicar este trabalho como uma rede de fios elétricos do tal processador que falamos atrás, que ligam e desligam determinadas lâmpadas, mas por vezes existem 2 fios para a mesma lâmpada ou existem fios que não estão a funcionar bem. O meu trabalho é colocar um fio elétrico novo, apagar um dos fios ou combinar os dois fios em apenas um em conjunto contigo.

Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora